E quando a mãe descobre um câncer?

Olá mamães ou não, venho á  pedido de uma amiga muito especial relatar um pouco sobre a minha experiência de ser mãe, tenho 37 anos, sou farmacêutica, mas não estou exercendo a profissão, minha vontade de ser mãe nasceu ao me deparar com a idade apropriada e o nascimento de minha afilhada, eu  via minha comadre se adaptar tão fácil a situação que desejei  tentar também.

Bem,  decidida a ser mãe engravidei uns 6 meses depois de retirar o uso do anticoncepcional. Minha gravidez foi muito tranquila e trabalhei até completar 39 semanas.  Em 22 de janeiro de 2010 nasceu meu anjo Lucas, muito bem de saúde graças à Deus, foi um momento emocionante e desafiador, pois não imaginava o que era cuidar de um  bebê, mas como me disseram : quando nasce uma criança também nasce uma mãe, e assim fui me encaixando no meu papel de mãe.

Porém 5 meses depois do nascimento do Lucas apareceu uma massa anormal em meu seio direito, eu apesar de não ser leiga no assunto só imaginava e torcia para ser apenas o leite empedrado, então voltei  à médica que me examinou e solicitou uma ultrassonografia para tirar dúvida. Então veio o resultado: inconclusivo, e a mesma me encaminhou para um mastologista.

Dê certo modo eu já imaginava o que estava ocorrendo, mas só tive certeza quando o resultado dos exames complementares solicitados pelo médico chegou. É, foi dado o diagnóstico, eu tinha um câncer, e como se não bastasse era um bem agressivo, mas eu me perguntava, e agora?O que vou fazer?Tinha um bebê e nem imaginava o caminho que esse câncer ia tomar. Apesar de ser farmacêutica e saber dos  possíveis tratamentos, ainda assim bateu uma insegurança; como vou fazer para criar esta criança?Mas eu costumo dizer que Deus escreve certo por linhas tortas, porque quando ele me colocou esta provação, ele também me dera a minha salvação, meu Luquinha.

  Ahh! , aí tudo ficou mais fácil, porque tudo o que eu passava de ruim durante o tratamento, era superado pelo amor imensurável que tenho  pelo meu filho, e então percebi  a vida pelo ângulo do copo meio cheio , ao invés de meio vazio , e comecei  a perceber o beneficio que Deus me proporcionou de acompanhar o crescimento do meu bebê de perto , coisa que eu não faria se estivesse trabalhando.

Atualmente ainda faço tratamento, pois em 2013 o câncer sofreu metástase na coluna e cerebral, porém com a evolução da medicina e com a graça de Deus e com muita fé,  hoje estou escrevendo com boa saúde e sem apresentar nenhuma metástase ativa .

 Já se passaram 7 anos desde o nascimento do Lucas e procuro agradecer  à Deus todos os  dias por poder ver meu filho crescer.