Uma mulher que entra no consultório médico e sonha com momentos especiais
vividos por ela e o filho . Completa a cena inicial do enredo que prende pela
emoção. As “lembranças” mostram os sentimentos que envolvem o nascimento, a
amamentação, o primeiro passo, a primeira namorada e a formatura. A trilha
sonora é instrumental e mantém o clima de cumplicidade.
De repente uma pausa na trilha é a brecha para a locução: “- Este
comercial é dedicado a todas as mulheres que já realizaram o sonho de ser
mãe...”
O médico completa: “- Ana, ainda não foi dessa vez”.
Mas ela respira e diz: “- Eu não vou desistir”.
A locução retorna: “...e a todas as mulheres que continuam sonhando”.
A grande maioria das mulheres tem
o sonho de ser mãe, eu estava entre elas. Não podia ver um bebê na rua que já
queria pegar. Tinha que me segurar às vezes para não pedir para uma pessoa que
eu mal conhecia para pegar seu bebê no colo.
Mas além do sonho, eu também
tinha muito, muito medo de ter um filho. Medo, mas medo de que? Medo do parto,
medo de injeção (não tinha coragem nem pra fazer exame de sangue, imagina uma
cesárea).
Bom, mas aí essa mulher conheceu
seu grande amor e a pergunta era: será que ele também vai querer ter um filho? E a resposta foi: “ não é o meu
sonho (imagina agora quem é o pai mais babão desse mundo ?), mas se você quiser, claro que teremos “ . Ufa,
que alivio. É muito ruim quando apenas
uma pessoa sonha... mas graças a Deus os dois estavam afim, e ai começa nossa
história.
Namoramos, casamos, passeamos,
viajamos e depois de uns três anos, sem explicação, minha menstruação não veio.
Achei super estranho mas tinha 99% de certeza de não estar grávida porque tomava
o remédio rigorosamente, mesmo assim fiz um teste de gravidez, resultado:
NEGATIVO. Fiquei triste....mas poxa, se nem tentando engravidar eu estava, porque
fiquei triste? Sinceramente, não sei
responder... mas fiquei... queria aquela surpresa... sei lá.
Bom, já que a menstruação tinha
sido interrompida por um mês, o médico pediu para eu parar de tomar o remédio
por um tempo para ver se voltava ao normal. Disse que era uma atrofia no
endométrio (se não me engano) e que no mês seguinte a menstruação teria que
voltar, e voltou. Aí conversando com meu
marido, decidimos parar o remédio, afinal já tinha passado dos 30 anos e não sabíamos em
quanto tempo eu engravidaria. Fizemos exames simples de rotina e até então
estava tudo bem. Meus exames estavam bons, os do meu marido acusava baixa
motilidade, mas
nada que impedisse a gravidez.
Passou um ano e começou a ficar
preocupante. Meu médico pediu mais alguns exames e não dava nada de grave. Então
ele sugeriu que procurássemos um especialista em reprodução humana. Fiquei
triste porque achei que ele tinha abandonado meu caso, mas ele foi sincero, ele
era obstetra e não um especialista em reprodução.
Mas porque então eu não
engravidava? Via várias amigas engravidando, muitas pessoas que nem queriam mas
engravidavam, reportagens de pessoas (nem sei se posso chamar assim) que
abandonavam filhos no lixo ou nas ruas... como?? Por Deus, eu queria tanto e
não conseguia... porque? Essa explicação eu nunca terei, só sei que Deus faz
tudo na hora certa.
O nosso tempo foi passando, minha
idade aumentando e o sonho crescendo dentro de nós.
No nosso grupo de amigos também
tinha um casal que teve dificuldade em engravidar e fizeram vários tratamentos
com valores expressivos, medicações,
exames dolorosos, injeções, vacinas, até que conseguiram.
Trocávamos experiências, mas eu
tinha além do sonho o pânico das agulhas. Não queria isso, queria engravidar
naturalmente, e não tinha nada pra fazer além do tratamento, porque os médicos
sempre falavam a mesma coisa: você e seu marido tem uma dificuldade em
engravidar, mas não será impossível, vocês não tem uma causa grave e aparente.
Ele tinha bons espermas, mas em pouca quantidade... e eu ... ah... eu tinha o
fator idade correndo contra.
Foram muitas visitas ao médico
que escolhemos para trazer nossa pequena ao mundo, foram muitas conversas, muitas
lagrimas, muitas dúvidas e finalmente o sonho venceu o medo.
Decidimos fazer o tratamento. Compramos
as medicações, esperamos a data da próxima menstruação e fizemos um pacto: não
contaríamos nada. Esse seria nosso segredo até o tão sonhado positivo. Não
queríamos criar expectativa em mais ninguém... só nós dois, o médico e Deus
para abençoar todo o procedimento.
Ouvia alguns comentários que a
Fertilização in Vitro era um procedimento frio para ter um filho... Frio?? Como
assim? Nunca vi tanto amor em um procedimento médico. Entre tantos exames,
remédios, injeções, ultrassons havia um grande sonho de um casal.
Bom, em Março de 2011 começou
nosso tratamento, tinha acabado de completar 38 anos.
A primeira injeção foi o médico quem
aplicou e disse que eu mesma poderia aplicar as outras. Eu? A medrosa? Nem em
sonho. Mas meu marido estava lá do meu lado, como sempre, acompanhando todos os
exames, segurando minha mão em todos os momentos.
Bom, achei que a injeção fosse
super dolorosa, mas não era, chorei de alivio, afinal seriam alguns dias de
picadas. Foram 10 dias de injeções para
estimular os ovários a produzir mais óvulos e consequentemente obter um maior
número de embriões. Ultrassons para ver a evolução e quantidade de óvulos
fabricada até a data da coleta, chamada de punção folicular (A punção é realizada em
ambulatório com anestesia para evitar qualquer desconforto durante o
procedimento que dura cerca de 15 minutos) e é realizada no mesmo dia da
coleta do esperma. É necessário tomar uma injeção 36 horas exatas antes dessa
punção. Após 3 dias acontece a
transferência embrionária.
E o grande dia chegou! No começo
de abril fizemos a transferência dos embriões. Colocamos 2. Tínhamos medo de
colocar mais e as chances de múltiplos aumentarem. Tínhamos receio de gêmeos, mas
havia a possibilidade. Fiz uma promessa para mim mesma, não faria nenhum exame
de farmácia para saber se estava ou não grávida até a data estipulada pelo médico. Controlar essa ansiedade foi muito difícil, mas
conseguimos.
No dia 19/04/2011 fizemos um
exame de urina e um de sangue. Estava com muito medo do resultado, pois os
índices de gravidez na primeira tentativa não eram muito altos.
Tinha Fé em Deus, mas tinha medo
(ahhh esse medo). Fiz os exames e fui trabalhar. Meu marido levou o de urina no
consultório, não sabíamos se ele iria dar algum resultado na hora. De repente
meu telefone toca, meu marido dizendo: VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA (claro que estou chorando ao
escrever tudo isso...). Nesse momento nascia uma mãe e um pai. Uma felicidade
que não cabia no peito... nosso bebê iria chegar...mas e agora? Esperamos o dia
de uma nova consulta para fazer mais exames. Estava tudo bem, porém uma taxa no
meu sangue estava baixa (progesterona) e o médico indicou uma outra medicação
(injetável é claro...) durante 10 dias para “segurar o bebê“. Era uma ampola de
10 ml tendo que ser aplicado 1 ml por dia. Perguntei ao médico se essa injeção
era dolorida e para meu pânico ele respondeu que sim. E, para deixar a pessoa
ainda mais fortalecida em relação as picadas , ao invés de 1 ampola, tive que tomar 3. Foram
no total 35 dias de agulhadas no bumbum (já que as 5 ultimas, ao invés de 1ml
era necessário 0,5 ml), para o corpo acostumar com a retirada da medicação. Mais uma vez fui abençoada, pois o Senhor da
farmácia que aplicava a injeção, tinha uma mão santa! Era uma dor suportável.
Durante esses dias fomos fazendo
os exames de rotina. O que mais queríamos era ouvir o coração do bebê, esperar
os 3 primeiros meses para contar para todo mundo. Mas não seria justo. Tínhamos
que dividir essa imensa alegria com a nossa família e amigos. Então, no dia 22/04/2011, almoço de sexta feira Santa,
fizemos o anuncio da gravidez. Foi uma festa, lagrimas de alegria contagiando a
todos.
O dia de ouvir o coração chegou, foi
inesquecível, uma emoção indescritível. Aí vem aquela fase que toda mulher grávida
quer, fazer ultrassom todo dia (que sonho). Descobrimos que teríamos apenas 1
bebê, o outro óvulo não “grudou”. Isso não é considerado aborto, somente 1 óvulo
fertilizou. Eu não tinha preferência de sexo, mas no fundo no fundo queria uma
bonequinha, mas minha intuição dizia quer era um menino. Intuição errada ! Era uma menina, nossa Larissa!
Com relação ao tratamento, essa é
nossa história. Depois do tão sonhado positivo, minha gestação foi igual de
outras mulheres que engravidam naturalmente.
Depois disso, os meses foram
passando, teve o preparo do quarto, do enxoval, hormônios a flor da pele,
emoções e ansiedade. O parto estava previsto para o dia 25/12/2011. Na época do
tratamento nem fizemos cálculo para saber quando nasceria caso corresse tudo bem.
Nossa princesa nasceu com 38,5
semanas. Ela já estava prontinha e o médico (conhecendo meu histórico de medo)
decidiu fazer a cesárea. Eu não queria esperar estourar a bolsa e muito menos
ter normal nas vésperas do Natal . Desde o minuto que o medico disse:
vamos hoje? até a hora de nascer foi um choro só. Foi de medo sim, mas também de
muita, muita alegria e emoção!
Eu estava muito nervosa, mas meu
marido e minha mãe estavam lá, segurando minha mão. Nossa bebe nasceu as 20:07
hrs do dia 14/12/2011, com 46 cm e 3,240 kgs. Morena de cabelo bem pretinho,
olhos expressivos, meu Deus como ela era linda! Tenho certeza que foi o melhor
e mais especial momento de nossas vidas. Foi nosso primeiro encontro, nossa
primeira troca de olhares, tudo do jeito que sempre sonhamos.
Bom, não sabia que conseguiria
escrever tanto sobre o assunto, não sou muito boa com as palavras, mas espero
que tenha conseguido passar todo o sentimento que envolve o tratamento da
fertilização.
Se você tem dificuldade em
engravidar, procure um médico, converse, troque experiências, não esconda de
ninguém, não é vergonha nenhuma ter dificuldades.
Faça tudo que for possível dentro
das suas possibilidades. Claro que o fator financeiro pesa muito, afinal os
valores são altos, mas existem clínicas que fazem o tratamento por um valor
menor (na época procuramos a fundação ABC, mas optamos por fazer em Santos pelo
conforto do deslocamento, tendo em vista
que o tratamento envolve vários exames ,
e teria que me ausentar muito do trabalho, etc).
Não deixe esse sonho guardado, corra
atrás, tenha FÉ em Deus que tudo dará certo!
Nome do nosso médico e anjo aqui
na terra: CONDESMAR MARCONDES
Mensagem para a nossa pequena Larissa:
Quando tudo parecia difícil demais, vencemos
nossos medos e colocamos o sonho de ter você acima de tudo.
Deus acreditou nesse sonho e assim como em um milagre, concedeu nosso
desejo...
Com amor, Mamãe Ana e Papai Ricardo
Meu Deus...que benção!!! Parabéns pelo seu dia mamãe Ana!!!!
ResponderExcluirMuita benção de Deus!!
ExcluirEmocionante!
ResponderExcluirChorei litros...rs
ExcluirLindos! E que historia linda!
ResponderExcluirE você fotografou muita coisa ne!!
ExcluirQue linda história Aninha. Parabéns pela Larissa! Um sonho realizado com muita luta.
ResponderExcluirFicamos muito felizes em ver um sonho realizado!
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ResponderExcluirRealmente uma história mavilhosa onde eu tive o prazer de fazer parte... E graças ao sonho da "Mãelher" maravilhosa que eu tenho ao meu lado, eu que não tinha toda essa necessidade da paternidade, embora nunca fosse contra, sempre achava que podia esperar mais um pouco, por não perceber que o tempo é ingrato e passa rápido demais.
Aquela propaganda da Rener 2010, e ver a mulher que eu amo se acabando de chorar, muitas vezes se escondendo para que eu não visse me matava por dentro, e que ironia a personagem ter o nome dela. Jamais poderia não fazer nada, afinal "sonho que se sonha sozinho é apenas sonho, mas sonho que se sonha junto, vira realidade" e hoje, dividimos a maior alegria do mundo com este sonho realizado.
Amor, obrigado por ter me feito acreditar nesse sonho, graças a voce, hoje eu me sinto à pessoa mais feliz e realizada do mundo. Te Amo!!!
Abaixo coloco o link desse vídeo lindo que teve uma participação muito grande na nossa vida. Yara, parabéns pelo Blog, está maravilhoso.
https://youtu.be/SUrkScLABHQ
Parabéns, papai!!! Lindas palavras!!
ExcluirLinda mensagem! Realmente não há limites para realização do sonho de ser mãe. Parabéns
ResponderExcluirNunca Desistir!!
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